domingo, 27 de dezembro de 2009

Em época natalícia é indiscutível a incomensurabilidade das referências a Jesus Cristo, ao seu nascimento, à sua vida e até à sua morte, e ao que tais eventos significaram na vida de todos aqueles que professam a fé católica. Todavia, este ano, uma revista que leio com acuidade semanal inovou de uma forma que se me afigura um tanto quanto errática.


Na capa da Visão desta semana, a questão surgiu, estrategicamente ou não, caberia ao leitor interpretar, do lado direito da imagem de Jesus – «Jesus é de esquerda ou de direita?».

Devo admitir que tal título me causou um misto de emoções contraditórias. Ainda assim, como rotina semanal criteriosamente cumprida, lá comprei a dita revista e logo que me foi possível li o artigo. Confesso que o que mais me chocou não foram os argumentos que fundamentam a tese da esquerda ou da direita. O que, de facto, me deixou melindrada foi perceber que o ridículo da discussão navega à deriva do início até ao final do artigo, evocando incessantemente o nome e a figura de Cristo em vão, através de exemplos que descontextualizados, tal como se encontram, servem ambas as posições.

O mais grave no meio desta fantochada toda??? Simples – não se compreende a relevância prática, teórica, ou sequer académica, da referida discussão. Se alguma alma iluminada tiver conseguido encontrar uma razão válida para tamanho disparate, peço encarecidamente, que, ainda imbuída do espírito natalício, me explique, por favor.

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