Os amigos brincam porque trabalho demais, porque tenho demasiados afazeres e porque de há 4 meses para cá a frequência com que me vêem ou falam comigo é bastante dimituta quando comparada com os anos precedentes. Alguns vão mais longe e dizem que qualquer dia já não me conhecem!
A verdade é que o trabalho aumenta de dia para dia, assim como as responsabilidades que lhe são inerentes. E há compromissos profissionais a que, simplesmente, não se pode dizer que não.
Por esse motivo, na recente distribuição dos estagiários, fiquei com uma só para mim. Yuppy!!! Pensaria a maioria das pessoas. Em circunstâncias normais, seria mesmo essa a minha reacção. No entanto ter um estagiário significa formá-lo, ensinar-lhe o que ele não sabe, esclarecer as eventuais dúvidas e corrigir o trabalho que ele produz. Estas tarefas, nas presentes circunstâncias, trazem agregadas a si duas ordens de dificuldades diferentes. A primeira prende-se com o tempo, ou melhor, a falta de tempo. A minha estagiária é impecável, tem um ritmo de trabalho semelhante ao meu, o que facilita bastante a interacção, por um lado, mas por outro dificulta a minha disponibilidade para corrigir o que ela faz. Sei que daqui a seis meses, quando ela já for completamente autónoma, vai ser uma grande ajuda (e é nisso que estou a apostar). Só que até lá, estou oficialmente tramada. A segunda dificuldade prende-se com a idade dela. Com 26 anos é-me complicado estar a dar ter de estar constantemente a corrigir o trabalho de uma pessoa com 33 anos, com muito mais experiência laboral do que eu. Tenho de admitir que se torna muito confrangedor, mas tem de ser feito. Como diria o JC - "Miúda, ninguém te mandou vir trabalhar para aqui com apenas 24 aninhos.". E contra factos não há argumentos.
Mas a verdade é que a minha estagiária é impecável, merece todo o meu respeito e empenho, e tem um sentido de humor fantástico. Há que assumir que depois do que aconteceu imediatamente antes da viragem do ano, ela foi a única pessoa que foi capaz de me fazer soltar uma gargalhada, com estas palavras:
"Só mesmo tu para te despedires do ano com um estrondo! Lei cósmica: se um ano acaba mal, o que vem depois é FA-BU-LO-SO. Beijinhos e até 2010".
Só espero que ela tenha mesmo razão. Depois de um ano como o de 2009, mereço, merecemos todos, um 2010 pleno de motivos para sorrir e rir muito. Já tivemos a nossa quota de lágrimas para os próximos anos. E amanhã já faz um ano que as desventuras começaram...
Para começar o ano, uma notícia excelente - a Vanda vai voltar para Lisboa!!!